No final do ano passado, o Fantástico divulgou uma matéria em que mostrava a apreensão de um carregamento de 16 toneladas de bijuterias vindas da China. Uma análise química das peças revelou níveis
assustadores de Cádmio em sua composição. Concentrações, que iam de 32% a 39%, superavam em quase 4000 vezes o limite permitido no mercado europeu (0,01%). O objetivo da postagem de hoje é falar um pouco das propriedades e aspectos gerais desse metal altamente tóxico.
fonte: http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/bijuterias-vindas-da-china-contem-grande-quantidade-de-um-metal-altamente-toxico/2961357/
O Cádmio foi descoberto em 1817 por F. Stromeyer, e por muito tempo apenas se desconfiou de suas propriedades tóxicas. Na década de 1910, no entanto, na cidade de Toyama, Japão, ocorreu um surto de uma doença misteriosa que acometeu cerca de 5000 pessoas. A doença, que ficou conhecida como Itai-Itai (algo como "ai-ai" em português), foi comprovada como causada pela intoxicação por cádmio. Durante muito tempo, uma mina da região jogou seus dejetos em um grande rio, que era usado como fonte de consumo direto e irrigação dos campos de arroz da cidade. Por isso, a contaminação foi tão vasta.
A imagem abaixo mostra algumas das principais propriedades físicas do Cádmio
Apesar de sua semelhança com o Zinco, o Cádmio não possui funções essenciais em nosso organismo. Na indústria, por outro lado, é bastante utilizado na fabricação de baterias Ni-Cd, devido a sua boa capacidade de condução elétrica.
Além da indústria de baterias, ele também está presente em fertilizantes, combustíveis fósseis, na indústria de ferro e aço (protege da corrosão).
A fonte de contaminação mais comum de Cádmio é por via oral (o caso de Toyama foi um exemplo), entretanto, a absorção respiratória é mais eficiente. Além desses meios existe ainda a contaminação pelo contato dérmico, que é o que pode ocorrer na utilização de bijuterias.
Os sintomas da contaminação variam quanto ao grau e o modo de contaminação. A doença de Itai-Itai, por exemplo, se caracteriza como uma dor que começa nas pernas e coluna e se estende a outras partes do corpo. Os osso se deformam e se quebram, devido à dificuldade na deposição de cálcio. O nível de glóbulos vermelhos diminui e há prejuízo no funcionamento dos rins, em decorrência da Necrose Tubular Aguda (ATN).
Em casos de inalação, entretanto, os sintomas são diferentes. Na exposição aguda, há destruição das células epiteliais do pulmão, o que ocasiona edema pulmonar, traqueobronquite e pneumonite. Já no caso de exposição crônica, os principais efeitos são Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Enfisema. Ele pode estar ligado, ainda, a aumento excessivo na pressão sanguínea e a doenças cardíacas. Na exposição crônica, em todos os casos, o Cádmio é considerado agente cancerígeno.
Fontes:
O cádmio é ainda mais um agravante na saúde dos fumantes. Eles incorporam o dobro do cádmio que os não fumantes, porque inalam o que se encontra nas folhas de tabaco (e os pulmões o absorvem melhor que o intestino). Quando se consome cádmio em grandes quantidades durante um longo período de tempo, como no caso dos habitantes de Toyama citado na postagem, mesmo que sem conhecimento, os sintomas da doença Itai-Itai também aparecem. E o pior é que não o se conhecem antídotos. O único tratamento disponível consiste em aliviar os sintomas da intoxicação, fazendo com que os sobreviventes demorem meses para recuperar a saúde.
ResponderExcluirO cádmio também encontra-se em meio à polêmica do descarte correto das baterias de celular, do qual é constituinte. Uma das razões de essa campanha ser tão importante, além da consciência ambiental, é que o cádmio inativa numerosos sistemas enzimáticos, por ligar-se aos grupos sulfidril das moléculas de proteína.O cádmio é, ainda, antagônico ao zinco no organismo, podendo substituir o zinco como co fator da carboxilpertidase e alterar a especificidade da enzima.
ResponderExcluirO cádmio também encontra-se em meio à polêmica do descarte correto das baterias de celular, do qual é constituinte. Uma das razões de essa campanha ser tão importante, além da consciência ambiental, é que o cádmio inativa numerosos sistemas enzimáticos, por ligar-se aos grupos sulfidril das moléculas de proteína.O cádmio é, ainda, antagônico ao zinco no organismo, podendo substituir o zinco como co fator da carboxilpertidase e alterar a especificidade da enzima.
ResponderExcluirO cádmio ainda está presente em alimentos como o alface, espinafre e repolho, além de estar presente também no pasto ingerido por muitos animais. Ou seja, uma pessoa vai ingerir cádmio de maneira mais ou menos constante durante sua vida, sem, no entanto, que este faça mal. Isso ocorre porque nos rins existem proteínas imobilizadoras de cádmio, assim, a parte do cádmio que não é excretada fica contida. No caso de uma ingestão muito alta, essas proteínas não são suficientes e o funcionamento dos rins se altera.
ResponderExcluirApesar de ter fortes efeitos tóxicos sobre o organismo, mesmo em pequenas quantidades, o cádmio possui difícil identificação em exames de rotina ou outros exames mais simples, como exame de urina (que serve como indicador biológico apenas em casos extremos) devido ao seu alto índice de retenção nos órgãos, sendo, muitas vezes, necessários indicadores mais específicos, principalmente quando a intoxicação é feita por quantidades infinitésimas.
ResponderExcluirA presença do cádmio nestas bijuterias, associada ao cádmio já existente de forma natural no ambiente, amplia a possibilidade de risco à saúde. Assim, faz necessário o papel da anvisa na regulamentação da concentração desse metal em bijuterias e outras artefatos comumente vendidos no cotidiano. Em países como os Estados Unidos, o limite de cádmio em bijuterias é de apenas 0,03%. Na Europa, a presença desse metal não pode ultrapassar 0,01%.
ResponderExcluirVale ressaltar que a explicação Bioquímica para os efeitos do cádmio, é que esse metal inativa numerosos sistemas enzimáticos, por ligar-se aos grupos sulfidril das moléculas de proteína. Enzimas que são fundamentais para o funcionamento do organismo como um todo, ao catalizarem reações, aumentando a velocidade que são realizadas.
ResponderExcluirO cádmio está presente em mariscos, ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chá e na fumaça do cigarro. Outras fontes incluem soldas, pigmentos (pinturas), ripas galvanizadas, baterias, combustão dos automóveis, e em alguns suplementos naturais, como: dolomita e medula óssea (tutano). Não existe sistema que regule o metabolismo de absorção e excreção de cádmio. Uma das formas do cádmio entrar no nosso organismo é através dos pulmões, quando presente na fumaça do cigarro ou em forma de pó oxidado.
ResponderExcluirÉ válido ressaltar que o cádmio é um metal raro que é mais facilmente encontrado em ambientes aquáticos e possui a propriedade de ser insolúvel, por isso se acumula nas gramíneas, em aves, gado, cavalos e no organismo humano. Ele está presente em mariscos, ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chá e na fumaça do cigarro. Outras fontes incluem soldas, pigmentos (pinturas), ripas galvanizadas, baterias, combustão dos automóveis, e em alguns suplementos naturais, como: dolomita e medula óssea.
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