Para dar continuidade à série de postagens a respeito dos metais pesados, hoje será abordado um dos mais peculiares dentre eles - seja por sua alta toxicidade (a Agência dos Estados Unidos para Substâncias Tóxicas e Registros de Doenças lista ele como a terceira substância mais tóxica), ou por suas propriedades únicas dentro do próprio grupo de metais pesados.
Para citar algumas destas propriedades, o Mercúrio é o único metal líquido em temperatura ambiente, devido a seu baixo ponto de fusão (-38,87o C). Como consequência, algumas características mineralógicas não se aplicam a ele, tais como "estrutura cristalina" ou "plano de clivagem", além de não ser possível definir um "grau de dureza" para ele. Além disso, o Mercúrio dissolve facilmente algumas substâncias, como ouro, prata e chumbo, formando amálgamas.
É importante fazer a diferenciação das principais formas de Mercúrio encontradas na natureza: a forma metálica, ou elementar (Hgo), a forma de sais inorgânicos de Hg+ e Hg2+ e a forma orgânica, formada pela união do íon mercúrio a pelo menos um átomo de carbono. Cada forma possui propriedades exclusivas e sintomatologia distintas, como será mostrado adiante.
A contaminação com mercúrio, levando em conta sua alta toxicidade, pode se dar de diversas maneiras. Quem lida diretamente com essa substância, por exemplo, seja na indústria ou no garimpo, expõe-se à inalação de vapores invisíveis que, ao chegarem aos alvéolos pulmonares, entram facilmente no sangue por difusão. Além disso, a absorção pode se dar pela ingestão direta (comum em crianças que brincavam com termômetros ou barômetros) indireta (pela ingestão de animais que viviam em ambientes contaminados, como peixes de córregos utilizados no garimpo) ou pelo contato direto de pele.
As alterações que ocorrem no corpo humano pela intoxicação do mercúrio metálico, também denominada Hidrargirismo, são decorrentes de lesões que podem acometer o sistema nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas superiores, pulmão, gengiva, pele, parede intestinal, glândulas salivares, coração, músculos, placenta e rim (ZAVARIZ, 1993; BUSCHINELLI, 2000).
Os sintomas diferem dependendo da forma de mercúrio em questão (orgânica, metálica ou sais inorgânicos), e os principais estão resumidos na tabela abaixo, bem como outras características de divergência entre essas três formas.
Fontes: http://www.areaseg.com/toxicos/mercurio.html
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/351414/intoxicacao+por+mercurio+causas+sinais+e+sintomas+diagnostico+tratamento+prevencao.htm
http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE%20PRODUO%20CIENTIFICA/SAUDE/70.pdf
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mX.merc.htm
Para que sua postagem seja interessante, é muito importante que você discuta, além dos meios de contaminação e seus efeitos no organismo, o modo do tratamento em caso de contaminação. Saiba que há dois tipos de de tratamento para intoxicação por mercúrio: a descontaminação gastrointestinal e a quelatação. O primeiro é usado em casos de ingestão recentes e o segundo em casos de ingestão mais antigas e consiste na adição de grupos sulfidrila ao mercúrio. Seu tema do blog possui um enorme papel social, visto que ele aborda um tema importantíssimo à saúde humana e é muito desconhecido pela população. Então, fazer jus à saúde brasileira explicando todos os pormenores do assunto é essencial para a disseminação de saúde no país. Espero que aborde melhor o tema na próxima postagem e cumpra seu papel social por completo, deixando cidadãos brasileiros menos alienados.
ResponderExcluirApesar dos citados no blog, um dos aspectos mais importantes da contaminação por mercúrio para estudo estão na grande capacidade que tem de afetar os ciclos biológicos. A agressão antrópica ao ambiente tem sido considerada sob diversas formas, sendo o uso indiscriminado do mercúrio normalmente mostrado como um dos exemplos mais representativos do que o homem pode causar aos ciclos naturais, sendo um dos principais focos de medidas governamentais. O caso mais conhecido é o do Japão, 1953, em que a contaminação da biota marinha gerou morte em massa da fauna e, apesar de ter passado a ser bem fiscalizado e não terem havido novos incidentes, até a década de 2000 ainda se viam na região algumas situações isoladas de morte por contaminação de mercúrio.
ResponderExcluirMais interessante do que sugerir o abandono do emprego de quem geralmente não tem outras alternativas de obtenção de renda, é combinar medidas profiláticas à vida cotidiana da população. A postagem, embora contundente e ampla, revela certa ingenuidade no sentido de que os pacientes que trabalham com o mercúrio dificilmente irão largar o emprego(leia-se: sustento) para se prevenir de envenenamento ocasional(que pode vir a ser percebido apenas com o agravamento do quadro). O mercúrio pode se depositar em várias áreas importantes do corpo, como dito na postagem e pode atravessar também a barreira hematoencefálica e ter efeitos desastrosos sobre o sistema nervoso, que vão desde lesões leves até à vida vegetativa e à morte. E o diagnóstico de intoxicação é de difícil determinação devido à vasta gama de sintomas, sendo determinante a anamnese para identificar o contato do paciente com o metal. Dessa forma, é preciso que o médico esteja atento ao paciente e, mais do que isso, lhe ofereça alternativas de conciliar saúde e atividades diárias, como por exemplo, o uso de roupas adequadas e a defesa da regulamentação de leis protetoras. Não se deve bancar o inocente numa sociedade onde o capitalismo não se deixa passar a perna.
ResponderExcluirInteressante perceber como um elemento visto como inofensivo aos olhos de muitos atua profundamente nos nossos sistema. O mercúrio é um tóxico celular geral, provocando desintegração de tecidos e bloqueio dos sistemas enzimáticos fundamentais para a oxidação celular, agindo como veneno protoplasmático. Graças à sua propriedade de ser solúvel em gorduras, o mercúrio atravessa as mucosas e assim se torna um metal muito perigoso quando em contato com o organismo humano, quer seja pela via aérea, cutânea ou por ingestão. Depois de absorvido por uma dessas vias ele cai na corrente sanguínea e se deposita em vários órgãos, aos quais danifica. Os danos causados por ele em geral são graves e permanentes.
ResponderExcluirDevemos ressaltar o fato de o mercúrio ser um metal que sofre de magnificação trófica. Nesse caso, o metal é absorvido pelos seres vivos, através da via nasal, oral ou pela pele, e acumula-se em órgãos como o fígado. Essa acumulação leva ao aumento das taxas de mercúrio à medida que avançamos na cadeia alimentar, esta em que o ser humano encontra-se no fim. Devemos também lembrar as formas de evitar-se o contágio, mesmo que não sejam maneiras absolutamente eficientes, como o uso de máscaras e luvas ao manejar o metal.
ResponderExcluirO mercúrio concentra-se nos rins, fígado, sangue, medula óssea, intestinos, aparelho respiratório, mucosa bucal, glândulas salivares, cérebro, ossos e pulmões. É importante que nós como futuros médicos tenhamos a consciência de que o diagnóstico de uma intoxicação por mercúrio pode ser bastante difícil porque os sintomas são comuns a uma grande gama de doenças. Assim seria interessante ressaltar que a relação médico-paciente tem que ser aprofundada a ponto de podermos perceber que os hábitos vindos do dia a dia ou de um emprego que envolva este metal são fatores determinantes no diagnóstico e tratamento dessa contaminação tão nociva à saúde.
ResponderExcluirA exposição prolongada ao mercúrio elementar leva às seguintes alterações:
ResponderExcluirBoca: inflamação da gengiva, que fica mole e esponjosa, dentes moles, inchação das glandulas salivares, excesso de saliva.
Sistema nervoso: tremores nos braços, nas mãos, pernas, pálpebras, nos dedos e lábios, vertigem e rubor.
Psiquismo: irritabilidade, perda de memória, alucinações, perda do autocontrole, insônia, depressão, pesadelos.
Outras alterações: rubor na face e lesões na pele.