terça-feira, 24 de junho de 2014

INTOXICAÇÃO POR CÁDMIO

No final do ano passado, o Fantástico divulgou uma matéria em que mostrava a apreensão de um carregamento de 16 toneladas de bijuterias vindas da China. Uma análise química das peças revelou níveis
 assustadores de Cádmio em sua composição. Concentrações, que iam de 32% a 39%, superavam em quase 4000 vezes o limite permitido no mercado europeu (0,01%). O objetivo da postagem de hoje é falar um pouco das propriedades e aspectos gerais desse metal altamente tóxico. 


fonte: http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/bijuterias-vindas-da-china-contem-grande-quantidade-de-um-metal-altamente-toxico/2961357/ 

O Cádmio foi descoberto em 1817 por F. Stromeyer, e por muito tempo apenas se desconfiou de suas propriedades tóxicas. Na década de 1910, no entanto, na cidade de Toyama, Japão, ocorreu um surto de uma doença misteriosa que acometeu cerca de 5000 pessoas. A doença, que ficou conhecida como Itai-Itai (algo como "ai-ai" em português), foi comprovada como causada pela intoxicação por cádmio. Durante muito tempo, uma mina da região jogou seus dejetos em um grande rio, que era usado como fonte de consumo direto e irrigação dos campos de arroz da cidade. Por isso, a contaminação foi tão vasta. 
A imagem abaixo mostra algumas das principais propriedades físicas do Cádmio 


Apesar de sua semelhança com o Zinco, o Cádmio não possui funções essenciais em nosso organismo. Na indústria, por outro lado, é bastante utilizado na fabricação de baterias Ni-Cd, devido a sua boa capacidade de condução elétrica. 


Além da indústria de baterias, ele também está presente em fertilizantes, combustíveis fósseis, na indústria de ferro e aço (protege da corrosão). 

A fonte de contaminação mais comum de Cádmio é por via oral (o caso de Toyama foi um exemplo), entretanto, a absorção respiratória é mais eficiente. Além desses meios existe ainda a contaminação pelo contato dérmico, que é o que pode ocorrer na utilização de bijuterias. 
Os sintomas da contaminação variam quanto ao grau e o modo de contaminação. A doença de Itai-Itai, por exemplo, se caracteriza como uma dor que começa nas pernas e coluna e se estende a outras partes do corpo. Os osso se deformam e se quebram, devido à dificuldade na deposição de cálcio. O nível de glóbulos vermelhos diminui e há prejuízo no funcionamento dos rins, em decorrência da Necrose Tubular Aguda (ATN). 

Em casos de inalação, entretanto, os sintomas são diferentes. Na exposição aguda, há destruição das células epiteliais do pulmão, o que ocasiona edema pulmonar, traqueobronquite e pneumonite. Já no caso de exposição crônica, os principais efeitos são Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Enfisema. Ele pode estar ligado, ainda, a aumento excessivo na pressão sanguínea e a doenças cardíacas. Na exposição crônica, em todos os casos, o Cádmio é considerado agente cancerígeno. 

Fontes: 


domingo, 1 de junho de 2014

INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO

Para dar continuidade à série de postagens a respeito dos metais pesados, hoje será abordado um dos mais peculiares dentre eles - seja por sua alta toxicidade (a Agência dos Estados Unidos para Substâncias Tóxicas e Registros de Doenças lista ele como a terceira substância mais tóxica), ou por suas propriedades únicas dentro do próprio grupo de metais pesados.
Para citar algumas destas propriedades, o Mercúrio é o único metal líquido em temperatura ambiente, devido a seu baixo ponto de fusão (-38,87C). Como consequência, algumas características mineralógicas não se aplicam a ele, tais como "estrutura cristalina" ou "plano de clivagem", além de não ser possível definir um "grau de dureza" para ele. Além disso, o Mercúrio dissolve facilmente algumas substâncias, como ouro, prata e chumbo, formando amálgamas. 
 
É importante fazer a diferenciação das principais formas de Mercúrio encontradas na natureza: a forma metálica, ou elementar (Hgo), a forma de sais inorgânicos de Hg+ e Hg2+ e a forma orgânica, formada pela união do íon mercúrio a pelo menos um átomo de carbono. Cada forma possui propriedades exclusivas e sintomatologia distintas, como será mostrado adiante. 
A contaminação com mercúrio, levando em conta sua alta toxicidade, pode se dar de diversas maneiras. Quem lida diretamente com essa substância, por exemplo, seja na indústria ou no garimpo, expõe-se à inalação de vapores invisíveis que, ao chegarem aos alvéolos pulmonares, entram facilmente no sangue por difusão. Além disso, a absorção pode se dar pela ingestão direta (comum em crianças que brincavam com termômetros ou barômetros) indireta (pela ingestão de animais que viviam em ambientes contaminados, como peixes de córregos utilizados no garimpo) ou pelo contato direto de pele. 
 
As alterações que ocorrem no corpo humano pela intoxicação do mercúrio metálico, também denominada Hidrargirismo, são decorrentes de lesões que podem acometer o sistema nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas superiores, pulmão, gengiva, pele, parede intestinal, glândulas salivares, coração, músculos, placenta e rim (ZAVARIZ, 1993; BUSCHINELLI, 2000).  
Os sintomas diferem dependendo da forma de mercúrio em questão (orgânica, metálica ou sais inorgânicos), e os principais estão resumidos na tabela abaixo, bem como outras características de divergência entre essas três formas.
Fontes: http://www.areaseg.com/toxicos/mercurio.html
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/351414/intoxicacao+por+mercurio+causas+sinais+e+sintomas+diagnostico+tratamento+prevencao.htm
http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE%20PRODUO%20CIENTIFICA/SAUDE/70.pdf
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mX.merc.htm