O Alumínio é um metal de características peculiares, que o fazem um dos metais mais comumente utilizado na indústria atualmente. Algumas dessas características estão listadas abaixo:
Peso específico: A leveza é uma das principais características do alumínio. Seu peso específico é de cerca de 2,70 g/cm3, aproximadamente 35% do peso do aço e 30% do peso do cobre.
Resistência à corrosão: O alumínio possui uma fina e invisível camada de óxido, a qual protege o metal de oxidações posteriores. Essa característica de autoproteção dá ao alumínio uma elevada resistência à corrosão.
Condutibilidade elétrica: O alumínio puro possui condutividade elétrica de 62% da IACS (International Annealed Copper Standard), a qual associada à sua baixa densidade significa que um condutor de alumínio pode conduzir tanta corrente quanto um condutor de cobre que é duas vezes mais pesado e proporcionalmente mais caro.
Condutibilidade térmica: O alumínio possui condutibilidade térmica 4,5 vezes maior que a do aço.
Refletividade: O alumínio tem uma refletividade acima de 80%, a qual permite ampla utilização em luminárias.
Propriedade anti-magnética: Por não ser magnético, o alumínio é frequentemente utilizado como proteção em equipamentos eletrônicos. Além disso, o metal não produz faíscas, o que é uma característica muito importante para garantir sua utilização na estocagem de substâncias inflamáveis ou explosivas, bem como em caminhões-tanque de transporte de combustíveis.
Característica de barreira: O alumínio é um importante elemento de barreira à luz, é também impermeável à ação da umidade e do oxigênio, tornando a folha de alumínio um dos materiais mais versáteis no mercado de embalagens.
Reciclagem: A característica de ser infinitamente reciclável, sem perda de suas propriedades físico-químicas é uma das principais vantagens do alumínio.
A tabela abaixo resume, ainda, algumas das características físico-químicas do Alumínio:
A contaminação de alumínio se dá principalmente pelo abastecimento urbano de água, porque a água é geralmente tratada com alumínio. A poluição do ar pelas indústrias também contribui para a contaminação do alumínio, assim como materiais de utensílios domésticos (panelas, plásticos e vidros), medicações orais, soluções parenterais, alimentos industrializados e os vegetais e frutas (agrotóxicos). Pacientes com insuficiência renal crônica que fazem hemodiálise têm maior teor de alumínio no corpo.
A intoxicação pode apresentar-se, de modo geral, de duas maneiras: aguda e crônica.
A forma aguda manifesta-se com agitação, confusão mental, mioclonia (contrações repentinas e involuntárias de um músculo ou grupo de músculos), convulsão, coma e até a morte, distúrbio da fala, apraxia (dificuldade de executar movimentos precisos), alucinações auditivas e visuais, dores ósseas, fraqueza muscular, Hipercalcemia (acúmulo de cálcio em regiões do corpo como articulações, artérias.) e hiperfosfatemia (aumento do fosfato).
A forma crônica, por sua vez, provoca doenças como constipação intestinal, anorexia, cefaleia, ataxia (falta de coordenação nos movimentos) perda da memória, distúrbios de aprendizado, hiperatividade, convulsão, demência pré-senil, padrão de fala alterados, doenças hepáticas e renais. Um estudo feito em 2008 pelos americanos mostrou aumento 60% do risco de desenvolver Doença de Alzheimer a longo prazo.
A melhor opção de tratamento, já citada na postagem passada, é a quelação. Esse método se baseia na propriedade química de pinçar (agarrar), de transformar uma substância ou "quelar" os metais pesados circulantes na corrente sanguínea formando compostos hidrossolúveis - quelatos - num complexo químico estável através de uma ligação covalente os quais são excretados pelos rins. O tratamento não apresenta efeitos colaterais nas doses terapêuticas.
Quelantes usados na prática clínica das intoxicações:
. Dimercaprol (BAL) ou (2,3-dimercaptopropanol) - arsênio, mercúrio, chumbo, ouro
. ácido dimercapto propanil-1- sulfônico (DMPS) - arsênio, mercúrio, chumbo
. ácido dimercaptosuccínico (DMSA) [Chemet®; Succimer®] chumbo, arsênio, mercúrio, alumínio
. D-penicilamina - obre, chumbo, arsênio, mercúrio, ouro doença de Wilson, cirrose
. biliarácido etilenodiamino- tetracético cálcico dissódico
. (EDTACaNa2) - chumbo, alumínio e mercúrio
O quelante mais eficaz na intoxicação de metais pesados é o EDTA de CaNa2 por via endovenosa, principalmente na fase crônica da intoxicação.
O EDTA de CaNa2 é um ácido com afinidade química por diversos metais. Foi introduzido na medicina como quelante em casos de intoxicação por chumbo na década de 50 e é usado para esse fim desde então.
Um estudo feito em clínicas médicas nos Estados Unidos e Canadá no período de 2002 a 2011 visou verificar a segurança e a eficácia do EDTA na terapia de desintoxicação de metais pesados em pacientes com doença coronariana, acompanhados por um período de 55 meses. O resultado alcançado foi melhora da saúde geral do coração em 18%, reduziu mortes em 7%, ataques cardíacos em 23%, internações em 28%, complicações cardíacas e diabetes em 39%, cirurgia cardíaca em 19% e AVC em 23%.