segunda-feira, 21 de julho de 2014

INTOXICAÇÃO POR ALUMÍNIO

O Alumínio é um metal de características peculiares, que o fazem um dos metais mais comumente utilizado na indústria atualmente. Algumas dessas características estão listadas abaixo: 
Peso específico: A leveza é uma das principais características do alumínio. Seu peso específico é de cerca de 2,70 g/cm3, aproximadamente 35% do peso do aço e 30% do peso do cobre. 
Resistência à corrosão: O alumínio possui uma fina e invisível camada de óxido, a qual protege o metal de oxidações posteriores. Essa característica de autoproteção dá ao alumínio uma elevada resistência à corrosão. 
Condutibilidade elétrica: O alumínio puro possui condutividade elétrica de 62% da IACS (International Annealed Copper Standard), a qual associada à sua baixa densidade significa que um condutor de alumínio pode conduzir tanta corrente quanto um condutor de cobre que é duas vezes mais pesado e proporcionalmente mais caro. 
Condutibilidade térmica: O alumínio possui condutibilidade térmica 4,5 vezes maior que a do aço. 
Refletividade: O alumínio tem uma refletividade acima de 80%, a qual permite ampla utilização em luminárias. 
Propriedade anti-magnética: Por não ser magnético, o alumínio é frequentemente utilizado como proteção em equipamentos eletrônicos. Além disso, o metal não produz faíscas, o que é uma característica muito importante para garantir sua utilização na estocagem de substâncias inflamáveis ou explosivas, bem como em caminhões-tanque de transporte de combustíveis. 
Característica de barreira: O alumínio é um importante elemento de barreira à luz, é também impermeável à ação da umidade e do oxigênio, tornando a folha de alumínio um dos materiais mais versáteis no mercado de embalagens. 
Reciclagem: A característica de ser infinitamente reciclável, sem perda de suas propriedades físico-químicas é uma das principais vantagens do alumínio.  
A tabela abaixo resume, ainda, algumas das características físico-químicas do Alumínio: 
A contaminação de alumínio se dá principalmente pelo abastecimento urbano de água, porque a água é geralmente tratada com alumínio. A poluição do ar pelas indústrias também contribui para a contaminação do alumínio, assim como materiais de utensílios domésticos (panelas, plásticos e vidros), medicações orais, soluções parenterais, alimentos industrializados e os vegetais e frutas (agrotóxicos).  Pacientes com insuficiência renal crônica que fazem hemodiálise têm maior teor de alumínio no corpo. 
A intoxicação pode apresentar-se, de modo geral, de duas maneiras: aguda e crônica. 
A forma aguda manifesta-se com agitação, confusão mental, mioclonia (contrações repentinas e involuntárias de um músculo ou grupo de músculos), convulsão, coma e até a morte, distúrbio da fala, apraxia (dificuldade de executar movimentos precisos), alucinações auditivas e visuais, dores ósseas, fraqueza muscular, Hipercalcemia (acúmulo de cálcio em regiões do corpo como articulações, artérias.) e hiperfosfatemia (aumento do fosfato). 
A forma crônica, por sua vez, provoca doenças como constipação intestinal, anorexia, cefaleia, ataxia (falta de coordenação nos movimentos) perda da memória, distúrbios de aprendizado, hiperatividade, convulsão, demência pré-senil, padrão de fala alterados, doenças hepáticas e renais. Um estudo feito em 2008 pelos americanos mostrou aumento 60% do risco de desenvolver Doença de Alzheimer a longo prazo. 
A melhor opção de tratamento, já citada na postagem passada, é a quelação. Esse método se baseia na propriedade química de pinçar (agarrar), de transformar uma substância ou "quelar" os metais pesados circulantes na corrente sanguínea formando compostos hidrossolúveis - quelatos - num complexo químico estável através de uma ligação covalente os quais são excretados pelos rins. O tratamento não apresenta efeitos colaterais nas doses terapêuticas. 
 Quelantes usados na prática clínica das intoxicações: 
Dimercaprol (BAL) ou (2,3-dimercaptopropanol) -  arsênio, mercúrio, chumbo, ouro 
. ácido dimercapto propanil-1- sulfônico (DMPS) -  arsênio, mercúrio, chumbo 
. ácido dimercaptosuccínico (DMSA) [Chemet®; Succimer®] chumbo, arsênio, mercúrio, alumínio 
. D-penicilamina  -  obre, chumbo, arsênio, mercúrio, ouro doença de Wilson, cirrose  
biliarácido etilenodiaminotetracético cálcico dissódico 
. (EDTACaNa2)  - chumbo, alumínio e mercúrio 
quelante mais eficaz na intoxicação de metais pesados é o EDTA de CaNa2 por via endovenosa, principalmente na fase crônica da intoxicação. 
O EDTA de CaNa2 é um ácido com afinidade química por diversos metais. Foi introduzido na medicina como quelante em casos de intoxicação por chumbo na década de 50 e é usado para esse fim desde então. 

Molécula de EDTA-CaNa2

Um estudo feito em clínicas médicas nos Estados Unidos e Canadá no período de 2002 a 2011 visou verificar a segurança e a eficácia do EDTA na terapia de desintoxicação de metais pesados em pacientes com doença coronariana, acompanhados por um período de 55 meses. O resultado alcançado foi melhora da saúde geral do coração em 18%, reduziu mortes em 7%, ataques cardíacos em 23%, internações em 28%, complicações cardíacas e diabetes em 39%, cirurgia cardíaca em 19% e AVC em 23%. 


13 comentários:

  1. Na infância, esse tipo de intoxicação pode causar hiperatividade e distúrbios do aprendizado. Já em pessoas mais velhas, inúmeros estudos consideram que o alumínio tem um papel extremamente importante no agravamento do mal de Alzheimer. O excesso de alumínio também vai interferir na absorção de outros elementos no corpo, como do selênio e do fósforo. Em uma abordagem mais cotidiana, os alimentos ácidos aumentam a absorção do alumínio e aumentam a liberação do alumínio das panelas fabricadas com este metal.

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  2. Umas das principais fontes do alumínio contaminante são as panelas de cozinha feitas com esse material. O perigo de contaminação é ainda maior quando os alimentos preparados são ácidos. Existem ainda outras fontes de contaminação: medicações antiácidas, utensílios de cozinha de alumínio, papel alumínio, cremes para a pele com alumínio, farinha branca de trigo, fermentos em pó, queijo (o fosfato de alumínio é usado como emulsificante), água gaseificada, tubos de pasta de dente de alumínio e desodorantes antiperspirantes. Além disso, o alumínio pode ser encontrado no leite de mães intoxicadas.

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  3. É importante relembrar que até certo tempo atrás, o alumínio era um metal caro para ser produzido. Isso porque o processo de isolamento do metal necessitava de altas temperaturas, o que onerava a produção do metal. Hoje em dia, o metal é produzido geralmente pelo processo de eletrólise ígnea, um processo relativamente simples, diminuindo os custos do metal. Além do custo econômico, há também ganho social: o alumínio é muito utilizado hone em dia, o que provavelmente não aconteceria se ele fosse caro.

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  4. Os alimentos ácidos aumentam a absorção do alumínio e aumentam a liberação do alumínio das panelas fabricadas com este metal.

    Nos casos mais importantes de contaminação por alumínio é muito importante que todas as panelas da casa sejam trocadas por panelas de aço inox (inclusive a panela de pressão que pode ser de inox ou revestida de teflon). Outras fontes de contaminação com alumínio são: medicações anti-ácidas, utensílios de cozinha de alumínio, papel aluminizado, cremes para a pele com alumínio, farinha branca de trigo, fermentos em pó, queijo (o fosfato de alumínio é usado como emulsificante) água gaseificada, tubos de pasta de dente de alumínio e desodorantes anti-perspirantes.

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  5. A eficiência de um agente quelante no tratamento da intoxicação por alumínio está intimamente relacionada com sua capacidade de chegar aos locais de armazenamento deste metal no corpo humano e de formar compostos não tóxicos com o alumínio. É importante observar também que o complexo formado entre o quelante e o alumínio deve ser rapidamente excretado do organismo, sendo, portanto, desejável que o complexo tenha alta solubilidade em água. A baixa afinidade destes agentes quelantes pelos metais essenciais ao organismo como Fe²+ e Ca²+ é, sem dúvida, desejável, uma vez que caso ocorra ligação do quelante com estes metais essenciais, outros distúrbios como hipocalcemia (perda de cálcio) ou anemia podem surgir.

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    1. Observei que tenho algumas características do excesso de alumínio como movimentos involuntários e até "espantos" . Falava pra neurologista, mas nada! Vejo que pode estar relacionado ao alumínio :(
      No entanto, as formas de quelação envolvem outros metais pesados :( como falado aqui.
      Minhas panejas há muito tempo são de inox, mesmo antes de saber que estava com alumínio no corpo, o que descobri recentemente. Queria que vocês me oferecessem outras referências na área médica de tratamento, pois o leitor aqui do artigo chamou atenção para o uso de quelantes que não roubassem o ferro e o cálcio do organismo, e eu já tô com osteoporose!
      Agradeço desde já a quem puder me fornecer links, informações, pessoas etc que lidam com tratamento bem sucedido
      Obrigada 🙏🏽

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    2. Parece que a maçã e a castanha do Pará são bons quelantes.

      "3) Maçã: apresenta ácido málico, importante na quelação do alumínio e do ferro."

      Uso de produtos comuns no dia-a-dia pode provocar intoxicação
      Por Dr. José Henrique Tamburini 15/07/2014

      encontrei nesse artigo...Boa Sorte!

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  6. Pesquisa da Universidade do Paraná demonstrou que as panelas vendidas no Brasil deixam resíduos de alumínio nos alimentos que vão de 700 a 1.400 vezes acima do permitido. Isso só ao preparar a comida. Se esta ficar guardada na panela por algumas horas, ou de um dia para o outro, este valor pode triplicar ou quintuplicar.

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  7. O alumínio é leve, forte e resistente à corrosão e trincas. Contudo, para que o alumínio seja um material de construção resistente, precisa ser combinado com pequenas quantidades de outros metais. Quando combinado em proporções adequadas, a resistência do alumínio pode ser como a do aço, embora o seu peso seja apenas um terço do peso deste.As ligas de alumínio são geralmente utilizadas em estruturas e componentes de engenharia, em que se exige leveza e resistência à corrosão.

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  8. O excesso de alumínio também pode levar a anemia e osteoporose devido a deficiência de ferro e cálcio. Todos os minerais são absorvidos pelos mesmos receptores no organismo, quando há excesso de algum mineral ou metal pesado isso dificulta a absorção dos demais. Para descobrir se você é vítima da contaminação existem exames para diagnosticar esse excesso. Um dos exames é o mineralograma, mas só é real quando feito com o sangue e não com cabelo ou unha (como muitas vezes se pode ser levado a acreditar).

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  9. lá, Samuel! Muito interessante seu artigo. Estou com o alumínio acima do permitido. Quero saber mais sobre você pra referenciar. Você é bioquímico?

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