domingo, 3 de agosto de 2014

INTOXICAÇÃO POR VANÁDIO

Ainda que entre os metais pesados com propriedades tóxicas, o metal hoje abordado possui uma característica peculiar com relação aos já apresentados no blog (com exceção do Manganês) : ele é também essencial. Parece paradoxal o fato de uma mesma substância ser tóxica e essencial ao mesmo tempo, mas tudo se resume a uma questão de quantidade. Quando abaixo das concentrações tóxicas, o vanádio desempenha papel primordial no metabolismo de lipídeos e catecolaminas (vários neurotransmissores se encaixam na categoria) além de interferir no mecanismo de glicogênese. Todavia, o excesso da substância pode causar diversos sintomas, dependendo da forma de contato de do meio de contaminação.  Vanádio inalado, por exemplo, pode causar tosse com muco, irritação do trato respiratório e bronquite. Já quando ingerido em excesso, causa diminuição do apetite, diarréia e agravamento da psicose maníaco-depressiva. Por sua relação com neurotransmissores, o vanádio é neurotóxico, e estudos mostram relação entre doenças mentais e sua alta concentração no organismo.  

Ele não ocorre livre na natureza, mas combinado com outros elementos, como oxigênio, sódio, enxofre e cloreto. Pode ser encontrado em rochas fosfáticas e determinados minérios, carvão e petróleo bruto. Está presente na natureza na forma de dois isótopos: V51 e V50. Suas principais propriedades fisicoquímicas, bem como a porcentagem de existência de cada isótopo estão listadas abaixo: 


Em termos de importância econômica, o aço contendo vanádio é especialmente forte e duro e possui uma melhor resistência ao choque e alta resistência à corrosão. Se não fosse o aço vanádio, talvez nós tivéssemos hoje uma indústria automobilística totalmente diferente, pois é graças à sua resistência mecânica que tornou-se possível a fabricação dos primeiros eixos de boa qualidade para os carros. Ford foi o primeiro a utilizá-lo. Aços contendo vanádio também são muito utilizados na fabricação de ferramentas de melhor qualidade por serem mais resistentes ao uso. 




Eixo de aço vanádio de um carro Ford


Alguns compostos de vanádio são ainda utilizados como importantes catalizadores em processos de contato para a fabricação de ácido sulfúrico (uma das mais importantes substâncias na indústria química), na produção de poliamidas como o nylon e na oxidação de substâncias orgânicas como o etanol e acetaldeído. 



Fontes: 

10 comentários:

  1. O vanádio é um mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo. Porém, quando muito aumentado causa intoxicação. O vanádio em excesso pode ser tóxico, com sintomas dependendo da forma química e do modo de contaminação. Vanádio inalado pode causar tosse com muco, irritação do trato respiratório e bronquite. Vanádio ingerido em excesso causa diminuição do apetite, diarréia
    e agravamento da psicose maníaco-depressiva. O vanádio é neurotóxico, nefrotóxico e neurotóxico.

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  3. O vanádio possui meios de contaminação muito comuns, devendo-se fazer parte do conhecimento da população sobre os meio de contaminação. Fontes de contaminação: farinha e açúcar refinados contém vanádio e pouco zinco, o que aumenta a absorção do vanádio, fumaça de cigarros contém teores elevados de desse elemento, alimentos contaminados: fígado e rins de animais contaminados e alimentos marítimos contaminados. O nível de vanadio nos cabelos é um indicador preciso da sobrecarga orgânica de cádmio. Falsas elevações de Vd nos cabelos podem ser decorrentes de permanentes, tinturas, bran­queamento e alguns pulverizadores para cabelos.

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  4. Assim, esse elemento foi
    redescoberto em 1830 pelo químico sueco Nils Gabriel Sefström (1787-
    1845), que o chamou de vanadis, a deusa escandináva da beleza e da
    juventude; este nome foi escolhido por causa das belas cores dos compostos
    de vanádio quando em solução. Curiosamente, bem antes de Sefström, F.
    Wöhler reexaminou a vanadinita estudada por Andrés Del Río e verificou
    que de fato Andrés havia descoberto mesmo o vanádio. Porém, diz-se
    que na época Wöhler estava sofrendo de intoxicações causadas pelo
    envenenamento com gás fluorídrico (HF) e talvez por isto
    não tenha conseguido publicar o seu trabalho a respeito.
    No entanto, o metal só foi isolado pela primeira vez em
    1867 pelo químico inglês Henry Enfield Roscoe (1833-1915),
    reduzindo o VCl2 com hidrogênio. Mais tarde, em 1925, os
    químicos americanos John Wesley Marden e Malcolm N.
    Rich obtiveram vanádio bastante puro (99,7%) pela redução
    do pentóxido de vanádio, V2O5, com o cálcio.

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  5. É preciso que se discuta bem as formas em que ocorrem essa contaminação, para que possamos nos prevenir melhor. A principal via de exposição da população geral ao vanádio é a alimentação. A maioria dos alimentos apresenta baixas concentrações do metal, com valores mais elevados em mariscos. O vanádio, como sulfato de vanádio, também pode ser encontrado em suplementos nutricionais e polivitamínicos. O consumo de alguns desses suplementos poderia resultar em um ingresso de vanádio excedendo o ingresso por água e alimento.

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  6. o vanádio envolve riscos de intoxicação de gravidade. Após curtas exposições a concentrações elevadas, o trabalhador apresenta lacrimejamento profuso, sensação de queimadura nos olhos, rinite serosanguinolenta, angina, tosse, bronquite com expectoração e dor torácica. Exposições longas podem levar a doença pulmonar crônica com enfisema. A coloração da língua torna-se esverdeada. Usualmente, a recuperação é completa desde que haja afastamento da exposição.

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  7. O principal benefício potencial de vanádio é ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue em pessoas que têm diabetes, de acordo com a University of Pittsburgh Medical Center. Doses de suplementos de vanádio são normalmente benéficos para controlar os níveis altos de açúcar no sangue. A pesquisa preliminar sobre a possibilidade de vanádio controlar os níveis de glicose em diabéticos surgiu a partir de alguns estudos bem sucedidos em um mineral similar conhecido como cromo, segundo as notas dos Institutos Nacionais de Saúde do Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa, ou NCCAM. O Vanádio também pode melhorar a sensibilidade à insulina, bem como dominuir o LDL, ou "mau colesterol", em pessoas com diabetes tipo 2, as notas da Universidade de Maryland Medical Center.

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  8. A contaminação ambiental por metais tóxicos, particularmente pelo vanádio, tem aumentado dramaticamente nas últimas décadas devido ao uso de combustíveis fósseis. Apesar do interesse emergente dos efeitos farmacológicos de alguns compostos de vanádio, por exemplo, como insulinomimético, no tratamento de diabetes, a toxicologia do vanádio constitui uma área de crescente interesse.Um dos resultados mais interessantes foi a observação de que o vanadato afecta o consumo de oxigénio da mitocôndria de peixe para concentrações na ordem de nM. Numa outra linha de investigação, os efeitos de vanadato na mineralização de uma linha celular derivada de tecido ósseo de peixe foram estudados e comparados com os efeitos da insulina. Verificou-se que o vanadato estimulava a proliferação celular e prevenia a mineralização através de múltiplos processos envolvendo uma regulação que pode ou não depender da activação de mecanismos estimulados pela insulina.Outros estudos incluem a utilização de vanadato como uma sonda na compreensão da contracção muscular e da homeostasia de cálcio.

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  10. Boa tarde

    Em exame indica que tenho vanádio sem ser metabolizado , qual seria a enzima ou catalisador para promover essa absorção?
    Grato

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